quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção.

  • Resumo do livro: " A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção."
    Do autor: Antônio Suárez Abreu

    Argumentar é a arte de convencer e persuadir. Convencemos quando alguém passa a pensar como nós. Persuadimos quando fazemos com que alguém aja realizando algo que desejamos. Muitas vezes, conseguimos convencer, mas não conseguimos fazer alguém agir da maneira esperada.
    Tudo que pensamos e fazemos é devido à infinidade de discursos e o mais significativo deles é o discurso do senso comum que permeia todas as classes sociais e é formado por fragmentos de discursos articulados.
    Os momentos das grandes descobertas foram momentos em que as pessoas foram capazes de opor-se ao discurso do senso comum. Essa habilidade de opor-se sob diferentes pontos de vista em qualquer área está ligada ao exercício da criatividade.
    Para argumentar precisamos observar as condições necessárias como:
  • Ter um contato positivo com o auditório, saber respeitar, ver e ouvir o outro. É preciso desenvolver a capacidade da audiência empática, som da voz e da postura corporal do outro nos dão informações preciosas.
  • Agir de forma ética, argumentar de forma honesta e transparente para que a argumentação não se torne manipulação.
    Aquele que vai argumentar precisa se adaptar ao auditório e prepara-lo previamente para aceitar a tese, é importante levar o auditório a concordar previamente com o “fato”.
    É preciso, na hora de argumentar, não só gerenciar informações, mas também conhecer o outro a quem estas informações serão transmitidas, pois só o conhecendo é que saberemos adequar nossa linguagem para que a comunicação seja clara.
    Se conhecemos o outro, certamente saberemos ainda a hierarquia de valores adotada por ele, o que facilitará todo o processo argumentativo.

Dica para Leitura:

As cidades e as serras

Autor: Eça de Queiros

A cidade e as serras é uma obra crítica e ideológica, uma novela portuguesa reacionária.
O livro trata da contraposição entre o “natural” e o “artificial” e da necessidade de absorção de um pelo outro.
É uma narrativa em 3ª pessoa, o narrador é também uma personagem importante. Zé Fernandes revela-se um narrador contraditório: ora fascinado pela cidade, ora tenta mostrar ao protagonista (Jacinto) os horrores da poluição gerada pelas cidades industriais.
É um ótimo livro para observarmos a argumentação de Zé Fernandes, mostrando-nos que devemos manter um ponto de vista claro, para persuadirmos, sem nos tornarmos contraditórios.
A obra é a história de Jacinto, um homem rico, que decide criar em uma casa um ambiente diferenciado. Ele busca a integração no novo mundo burguês e industrial. Mas fracassa em seu objetivo.
Ao fracassar no objetivo, Jacinto triunfa, pois passa por vivências infernais, um momento de purificação, redenção e uma nova realidade.
No final, do ponto de vista de Jacinto: a felicidade pode ser compatível com a tecnologia. É o que sugere a história com a introdução do telefone em Tormes (paraíso rural)